No passado fim de semana, de 26 a 28 de Setembro, desloquei-me até Sófia, na Bulgária, para assistir ao WordCamp Europe. Estive a representar a Automattic, juntamente com os meus colegas, numa bancada onde demos montes e montes de coisas, desde capas para iPhone, a camisolas e óculos de sol.
Foi uma viagem curtinha, mas devido à grande proximidade com a viagem aos Estados Unidos – foi apenas três dias depois de ter regressado – acabou por ser cansativa. Cheguei de noite, perto das 23h da hora local, depois de um atraso de quase uma hora do voo de Monique para Sófia.
Aproveitei o tempo de espera devido ao atraso para ler sobre a cidade e o país. Descobri que afinal os taxistas búlgaros conseguem ser piores que os portugueses. O preço de um táxi, por norma era de 0,77 Lev (aproximadamente 40 centimos) por quilómetros. No entanto, existem uns quantos taxistas que estão posicionados em locais estratégicos – obviamente que o Aeroporto é um deles – prontos para atender clientes. Mas como na Bulgária o preço dos taxis não é regulado, esses senhores têm preços absurdos como 3,5 Lev por quilómetros.
A verdade é que saber disso pouco me ajudou – sou estúpido, que hei de fazer. Como disse, cheguei de noite, cansado e só pensava na minha cama. Mal cheguei à zona das Chegadas, haviam bastantes homens a perguntar se queria boleia e eu sempre a responder que não. “Vocês não me enganam”, estava eu a pensar para os meus botões. Informei-me onde era o balcão dos táxis oficiais e quando me ia a por na fila fui abordado por um taxista. Disse-lhe que não estava interessado, mas ele rápidamente disse-me num inglês quase imperceptível que era um táxista oficial e que praticava os preços que ali estavam tabelados. E eu pensei “Okey, assim sendo parece ser verdade, vou ver e se não gostar volto”.
Saímos do Aeroporto fomos em direção ao taxi do homem. Tudo batia certo, aquele veículo era mesmo um taxi, tinha os preços normais, e por isso siga lá para o hotel, que ficava mais ou menos a 10 quilómetros dali. No entanto, com o cansaço nem me apercebi que o homem não estava a contar a distância, e assim que cheguei ao hotel ele pede-me 30 Lev no seu inglês técnico – “Tirty. Tree Zero”…
“Já fui”, pensei. Tinha lido que no mesmo tipo de esquemas, para nunca aceitar preços fixos. Ainda por cima tanto, por 10 quilómetros. Disse ao homem que o preço era exagerado e que não tinha contado os quilómetros, no entanto já ele me estava a passar uma fatura (que supostamente são emitidas electronicamente pelo taxímetro) num papel que devia já ter uns 30 anos… Não consegui argumentar, ele mal percebia o que eu estava a dizer, portanto acabei por ignorar e pensar “fui comido, mas ao menos alguém deve estar mais contente”…
Finalmente no hotel foi fazer o check in, ficar de boca aberta com o tamanho do quarto, tomar um banho e ir dormir, que no dia seguinte tinha que estar no Palácio da Cultura às 8h00.
Acordei mais cansado do que me tinha deitado, mas já me sentia pelo menos com a cabeça mais aliviada. Coloquei o percurso até ao palácio no GPS do telemovel, e em 15 minutos a pé aproveitei para ver um pouco da cidade (as 7 da manhã só se vê praticamente alguns sem abrigos a vaguear…) e acordar. Chegado ao palácio, dei entrada no evento, fui cumprimentar os meus colegas, pôr um pouco da conversa em dia e, finalmente, aproveitei para ver umas apresentações da manhã que era o único bloco que ia ter livre no meu turno.
Adorei a experiência, de estar atrás de um balcão, a explicar às pessoas o que é a Automattic, o que é que nós fazemos, como trabalhamos e até mesmo incentivar as pessoas a tentarem uma candidatura e esclarecer todas as dúvidas. Claro, muita gente queria era os óculos de sol, ou as tshirts que oferecemos no último dia, mais uns quantos autocolantes e pins do WordPress, mas mesmo assim, havia sempre o pretexto para conhecer uma pessoa nova, conhecer uma maneira diferente de utilizar a plataforma e uma visão diferente desta comunidade. Tanto o primeiro como no segundo dia, se pudesse, voltava a repetir, e não trocava a experiência! Espero sinceramente para o ano regressar!
Infelizmente enquanto estive em Sófia esteve sempre um frio quase soviético, de tal maneira que as montanhas lá ao fundo não tinham praticamente nenhuma neve no primeiro dia, no segundo dia já tinham o cume todo coberto. Mas o frio não me desmotivou, e no pouco tempo que tive livre, aproveitei para dar umas boas voltas a pé, acabei por jantar num restaurante local, a comer um prato delicioso, que não faço ideia do que era. Engraçado como, apesar de tudo, a cidade tem as suas semelhanças com Lisboa.
Não tive tempo suficiente para ver a cidade como gostava de ter visto. Sem dúvida que a Bulgária é agora um país na minha lista de países a visitar.