Depois de Viena, Hallstatt foi o nosso destino. Assim que apanhamos o segundo e último comboio de ligação para Hallstatt, não conseguíamos tirar os olhos da janela do comboio. Era uma vista deslumbrante pelo meio das montanhas, com lagos pelo meio. Simplesmente lindo. E quando finalmente saímos do comboio e podemos respirar aquele ar puro, vimos que estávamos num pequeno grande paraíso.
Fomos deixar as malas ao apartamento – que era em Obertauern, no outro lado da margem do lago – e aproveitamos para subir à montanha, num teleférico que víamos de longe. Este teleférico é utilizado no inverno para a estancia de ski que ali existe, mas no verão é possível subir e ter acesso a uma vista panorâmica sobre todo o Lago de Hallstatt.
No topo, perto dos 2000 metros, é possível encontrar uma plataforma que é chamada de Five Fingers, cinco dedos, uma vez que parecem cinco dedos a sair da montanha, onde é possível ter uma vista de deixar boquiaberto. É absolutamente lindo, e para mim, um ponto de visita quase obrigatório.
Depois de algumas horas nas montanhas, finalmente apanhamos o teleférico para baixo. Já era tarde, e ainda tínhamos uns bons 30 minutos de caminhada até ao apartamento.
No dia seguinte acordamos bem cedo, mas o tempo não estava nada de especial. Estava o céu bastante nublado e a previsão era de chuva. Seguimos até ao lago, onde apanhamos um pequeno barquinho que fazia a travessia até Hallstatt.
Ainda era cedo, mas como estávamos cheios de fome, fomos almoçar com vista para o lago para estarmos rapidamente despachados e termos tempo de ver tudo o que queríamos. O último ferry era demasiado cedo, às 16h30, e tínhamos receio que isso limitasse os nossos planos.
Mal acabamos de almoçar, começou a pingar. Perguntamos a um senhor sobre um possível passeio de barco, e ele informou-nos que não ia haver, visto que estava prevista uma tempestade que poderia acontecer a qualquer momento. Que bom, era mesmo isso que precisávamos.
À medida que a chuva ia ficando mais forte – tivemos mesmo que comprar um guarda-chuva -, dirigimo-nos para a Mina do Sal. Esta mina é a mina de sal mais antiga do mundo e ainda se encontra em funcionamento. Está datada em cerca de 3000 anos.
Lá subimos mais um teleférico, e ao fim de mais uns 15 minutos de caminhada, chegamos à entrada da mina, onde era possível visitar-se com uma visita guiada.
É uma visita muito interessante e interactiva, onde é possível ter noção de como é que as reservas de sal se formaram, há muitos milhões de anos atrás. Conhece-se também um pouco da história da mina, desde os primeiros pré-históricos que lá trabalharam, até aos dias de hoje. No final, é também possível ver as escadas de madeira mais antigas do mundo, com 3000 anos. Durante visita, utiliza-se os escorregas dos mineiros para descer de um nível para outro mais abaixo e termina-se a visita no pequeno comboio de mineiros.
Quando terminamos a visita já tinha parado de chover, por isso aproveitamos e fomos para o apartamento, onde cozinhamos um belo petisco português, bifes.
Acordamos no dia seguinte de manhã e preparamo-nos para ir para Budapeste. Ao fim de seis horas de viagem, tínhamos deixado aquele pequeno paraíso natural, para chegar a Budapeste, em plenas comemorações do Dia de S. Estevão, que celebra a fundação da nação Húngara, à mais de 1000 anos. Passa um pouco mais das 10 da noite, e foi por minutos que perdemos o fogo de artifício.
Chegamos ao apartamento e fomos bastante bem recebidos pelas nossas anfitriãs, muito simpáticas, que nos deram todas as dicas possíveis sobre Budapeste, apesar da nossa curta estadia. Apesar da enorme festa cá fora, o cansaço era tanto que fomos dormir, para aproveitar as poucas horas que tinhamos em Budapeste no dia seguinte.
Acordamos bem cedo, mais uma vez. Tínhamos que aproveitar, visto que às seis da tarde era o comboio noturno para Split, na Croácia. Fomos deixar as malas à estação de Kelenföld. Uma estação remodelada, toda XPTO, gigante, no entanto só tinha 9 cacifos, e 2 deles avariados. Uma verdadeira palhaçada, visto que à volta não faltava espaço para bem mais cacifos. Lá nos resignamos em ir à estação principal de Budapeste deixar as malas.
Malas guardadas, seguimos para o primeiro ponto: A Praça dos Heróis. Esta praça é uma homenagem aos fundadores da nação Húngara.
Exploramos um pouco as traseiras da Praça, onde se encontrava o castelo Vajdahunyad, que não é um castelo, mas sim um conjunto de museus com um grande jardim.
Em contra-relógio, seguimos para o Parlamento, um dos símbolos da cidade.
De seguida, visitamos a Basílica de S. Estevão, a maior igreja da Hungria.
Já as pernas doíam de tanto andar, e a fome apertava. Paramos para almoçar, mas depressa retomamos a nossa visita, com destino a Ponte das Correntes, para passar para o lado de Buda.
Em Buda, aproveitamos para visitar o Castelo. Estava a decorrer um festival, e portanto a subida – mesmo a pé – necessitava de bilhete. Havia possibilidade de subir por umas escadas e ver a parte lateral do Castelo, e outras áreas de interesse.
Demos umas voltas pela margem de Buda, até que finalmente chegou a hora, e fomos para a estação apanhar o comboio para Split. Encontrar a linha certa foi uma verdadeira aventura, e assim que entramos no comboio, vimos que iam ser umas longas quinze horas… Mas isso é o tema do próximo episódio.