Chegámos a Oslo depois de uma longa viagem de aproximadamente 530 quilómetros. A estadia na capital norueguesa foi apenas de uma noite – sendo que vamos ficar mais uma noite em Oslo mas no último dia desta viagem -, pelo que escolhemos uma casa muito agradável nos arredores junto a um lago. Fomos muito bem recebidos, tanto pelo nosso anfitrião como pela vista, que nos deixou completamente boquiabertos.
Como já chegamos tarde, só deu mesmo para restabelecer energias, aproveitar a casa e seguir viagem para Bergen no dia seguinte. Uma viagem de quase 7 horas onde conseguimos aproveitar algumas das vistas mais maravilhosas dos Fiordes noruegueses e alguns dos maiores túneis que já vi na minha vida: o maior tinha perto de 25km, se não me engano.
Pelo caminho, aproveitamos por fazer uma paragem para almoçar junto a uma típica igreja norueguesa, com um aspecto muito viking.
Seguimos viagem em direcção a Flåm, uma pequena vila onde é possível ter uma vista excepcional do lago e dos Fiordes. Esta foi a última paragem antes de Bergen e, apesar do tempo pouco solarengo, é um local lindo, tão lindo que nem as fotos conseguem captar.
Chegámos finalmente a Bergen ao barco onde ficamos alojados. Sim, um barco. A ideia de dormir num barco parecia ser bastante cativante, mas foram mais os desafios do que as vantagens de ficar num barco. Para começar, o espaço era bastante pequeno para quatro pessoas – tive que ficar a dormir num pequeno buraco no convés que era demasiado claustrofóbico para todos, mas que na minha opinião até era o melhor sítio para dormir. Depois também tivemos problemas com a água, que acabou duas vezes apesar de, supostamente, o depósito ter sido cheio para dois dias. O fogão também teimava a dar problemas. Da internet nem vou falar: funcionava, mas era tão lenta que não dava para utilizar.
Para compensar estes problemas, a marina era bem localizada, estando no centro da cidade, o local era agradável e o dono do barco era bastante simpático e estava sempre pronto a ajudar e a resolver os problemas que surgiram.
Depois da primeira noite no barco, seguimos para o centro da cidade.
O mercado do peixe foi-nos recomendado como um local interessante a visitar, apesar de bastante caro se o objectivo for comer. Aqui é possível encontrar de tudo: caviares de bacalhau, de salmão; carne de baleia; bacalhau fresco; salmão fresco, etc…
Estávamos a ver uma barraquínha quando um rapaz espanhol aproxima-se e pergunta-nos donde somos. Quando dizemos que somos portugueses, o rapaz rapidamente chama o colega, também português para falar connosco. “Saí de Portugal para não falar português, mas vou abrir uma excepção para vocês”, diz a rir.
Com muita conversa pelo meio, dá-nos a provar algumas das iguarias que ali estão à venda: ovas de bacalhau com sal e açúcar, num tubinho que parece uma pasta de dentes e que é realmente muito bom. “Os japoneses adoram isto, levam logo seis pacotes”. E não é que cinco minutos depois aparece um japonês e leva realmente seis bisnagas daquela pasta?
Também provámos vários tipos de caviar e, até mesmo carne de baleia. Este último é realmente muito bom, mas faz-me um pouco de confusão ao pensar na pobre baleia e no risco que estas correm… Não é algo que queira repetir por esses mesmos motivos.
Mas não foi só comida. Pedimos por recomendações e o rapaz disse-nos que, para ele, existem três coisas que temos que ver em Bergen. A primeira: as casinhas de madeira muito ao estilo norueguês que contam a história da cidade, a poucos metros do mercado. Este bairro é considerado património da UNESCO.
De seguida, recomendou-nos subir ao Fløen, uma das montanhas circundantes da cidade. Não é a mais alta, mas é a que vale mais a pena. Já o senhor do barco também nos tinha recomendado subir a esta. E lá fomos nós, após uma caminhada de 50 minutos sempre a subir, chegamos ao topo e tivemos uma vista panorâmica sobre a cidade.
Para descer optamos por ir de Funicular, não só para poupar tempo como para poupar as pernas, visto que ainda tínhamos muito para ver.
A terceira e última recomendação do rapaz foi visitar uma antiga fábrica de enlatados, que agora é um local de artes e um óptimo sítio para relaxar, e é uma zona completamente livre de turistas. Marcou-nos o local no mapa, e disse para irmos por dentro dos bairros. Seguimos o conselho e entramos num bairro com um estilo muito próprio e muito vivo.
Junto à fábrica há uma esplanada com uma excelente vista para o mar. Seguimos mais uma vez o conselho e aproveitamos para tomar uma boa (e cara) cerveja e para apreciar a vista com calma.
Já só faltavam visitar dois pontos de interesse que tínhamos visto. Uma igreja que se destaca bem na cidade e a universidade, que se localiza num bonito palácio.
Depois desta estadia em Bergen, estava na hora de seguir viagem para o próximo destino, Stavanger, numa das viagens mais bonitas – e mais caras – que já fiz em toda a minha vida. Mas isso fica para o próximo episódio!